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A CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais) desde 1994, assumiu os atributos de Serviço Geológico do Brasil, e tem como objetivo gerar e difundir conhecimento geológico e hidrológico básico, para subsidiar o desenvolvimento econômico e sustentável do país.

Frente a atual situação política, com o afastamento da presidente Dilma, e a composição de um governo interino, um agrupamento de funcionários da empresa decidiu se organizar em um coletivo de resistência contra o golpe. Por meio dele, pretendem fazer o debate político na empresa, e também se somar às outras frentes de luta que estão em processo crescente de organização.

Esse coletivo não fala em nome de todos os funcionários e nem tem respaldo oficial da instituição. É um agrupamento de luta, independente e de adesão voluntária.

Leia a carta:



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Querida Dilma,
Nós somos trabalhadores e trabalhadoras do Serviço Geológico do Brasil (CPRM-Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais) e viemos publicamente manifestar o nosso apoio. A Senhora está sendo vítima de uma injustiça inaceitável. Esse processo de impeachment é uma farsa, não nos cansaremos de denunciar esse golpe. Sabemos que a Senhora é uma mulher digna, honrada e batalhadora, e não uma criminosa. Não reconhecemos e nem aceitamos o governo interino de Michel Temer. Ele e seu ministério golpista são uma verdadeira afronta ao povo brasileiro.

Atendemos ao chamado de resistência e estamos nos organizando para combater esse golpe. Nos somaremos às inúmeras e diversas frentes de luta que estão se desenvolvendo.
Como empregados de uma empresa pública, temos o dever de reconhecer que ao longo da última década, os governos do PT desenvolveram uma política positiva na CPRM. Dois concursos públicos, expandindo e renovando o quadro de funcionários. Valorização dos salários e a criação de planos de carreira. Investimento substancial em pesquisa. Essas medidas geraram o crescimento e qualificação de nossa empresa, e a tiraram de um triste quadro de abandono em que se encontrava nos anos 90.

O governo interino golpista expõe seu programa no famigerado documento “Uma Ponte Para o Futuro”. Essa política é denunciada por diversos setores da sociedade como injusta e nociva para a grande maioria do povo brasileiro. Sabemos que a aplicação dessa receita “neoliberal” nos afetará brutalmente, gerando arrocho salarial e sucateamento de nossa empresa.

A Senhora foi eleita legitimamente por mais de 54 milhões de brasileiros. Acreditamos na sua inocência, frente às acusações tacanhas de que é alvo. Por isso a Senhora deve retornar ao lugar que lhe é de direito, a Presidência da República. Presidente Dilma, a Senhora saiu do planalto nos braços do povo. Deve voltar, também nos braços do povo, a subir aquela rampa de novo. Exigimos respeito ao nosso voto.

Presidente Dilma, apoie-se na base social que te elegeu, e que agora se levanta contra o golpe, para enfrentarmos conjuntamente esse parlamento e judiciário golpistas, que representam a velha e carcomida política da elite brasileira. Essa crise é o momento histórico propício para abrirmos um processo de reforma política democrática e popular.

Precisamos de um governo que aplique políticas no sentido da justiça e inclusão social no Brasil. Não um governo, refém de plutocratas, que quer jogar o peso da crise econômica nas costas dos trabalhadores, enquanto garante os privilégios e regalias dos magnatas.

Estamos na luta, conte conosco. Um abraço fraterno.

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