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Resolvi escrever sobre um tema que é muito caro para a esquerda como um todo: a falta de comunicação com uma grande parcela da sociedade brasileira que não está em nossas “bolhas”, mas que acredita que este grupo de esquerda defende seus interesses.

Temos nossas mídias que dialogam com seus nichos e não estão erradas. Um sindicato deve conversar com sua base de trabalhadores, um parlamentar com seu eleitorado e apoiadores, uma entidade do movimento social com quem luta por suas demandas e por aí vai.

Mas qual é nosso alcance de comunicação com a sociedade quando nos limitamos ao nosso grupo principal de atuação política?

Na mídia monopolizada, por exemplo, na audiência das TVs, o Ibope aponta que nacionalmente 1 ponto equivale a 240.886 lares ou 684.202 telespectadores.



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Ontem, dia 05 de julho, ocorreu a posse da nova direção Nacional do PT em Brasília. Muito provavelmente nenhum jornal, rádio ou TV da grande mídia golpista deu destaque ao evento, pois estão preocupados em quem vão colocar no lugar de Temer, de forma indireta.

Mas uma rede do PT, através do facebook, transmitiu ao vivo este ato que contou, com diplomatas de vários países da America Latina e Caribe, África e Europa, lideranças sindicais e de movimentos sociais, partidos, parlamentares, militância, Presidenta Dilma e Presidente Lula.

Esta rede formada no facebook da Fundação Perseu Abramo, do Lula, do PT Nacional, do Linha Direta, da presidenta nacional do PT e senadora Gleisi Hoffman e do senador Lindberg Farias (PT) fez com que a transmissão chegasse ao alcance de mais de 1,5 milhões de pessoas.

Isso equivale a 2,2 pontos de audiência nas TVs, chegando próximo a audiência de alguns telejornais matutinos, tais como, o SBT Manhã com média de 3 pontos de audiência, Balanço Geral Manhã da Record com 2,3 pontos e superior ao Café com Jornal da Band, que dá 1 ponto, Jornal da Noite da Band com 0,9 e Rede TV News com 0.9 pontos de audiência.
(veja o quadro completo de telejornais ao final)

E mesmo os grandes jornais, como o JN da família Marinho, que exibiam orgulhosos no final dos anos 1990, quase 50 pontos na audiência brasileira no horário das 20h e agora não passam dos 25 pontos e sempre quando isso acontece é porque estão difamando Lula, o PT e a esquerda em geral.

Pensei: porque não formar nossas próprias redes de transmissão, de forma democrática incluindo nossas rádios como a RBA, Rádio Linha Direta, as Rádios Comunitárias, a TVT, os blogueiros de esquerda, num pool de emissoras em rádios, TVs e redes sociais progressistas para transmitir eventos importantes que discutem os rumos do país.

Se o Lula quiser falar sobre as reformas, sobre a conjuntura do país; se o Gilmar Mauro, coordenador nacional do MST, quiser falar sobre as mortes de agricultores familiares no campo; se o Haddad quiser falar sobre o desmonte das políticas públicas feito pelo “Gestor Dória” na cidade de São Paulo; se o presidente da CUT Vagner Freitas quiser convocar a população para ir às ruas, para defesa de nossos direitos, pelo Fora Temer e Diretas Já; se Raimundo Bonfim da CMP quiser falar sobre a violência da polícia de Alckmin nas ocupações que lutam por moradia digna e etc…

Por que não convocar a Rede de Transmissão Democrática de Comunicação, agregando as emissoras de rádios parceiras, a TVT, as rádios web, a blogosfera progressista e os perfis de lideranças de esquerda e institucionais no facebook?

Tenho certeza que pela conjuntura e pelo protagonismo político de nossas lideranças, a começar pela nossa liderança máxima o Presidente Lula, ultrapassaremos a casa dos 10 milhões de espectadores, se combinarmos na política essa estratégia.

O maior custo não é o financeiro, até porque as ferramentas disponíveis através das redes hoje minimizaram e muito os custos. O que precisaremos é juntar nossas lideranças nas redes, tais como o Lula, a senadora Jandira Feghali (PCdoB), o senador Lindberg Farias (PT), Guilherme Boulos (MTST), o vereador Eduardo Suplicy, a presidenta nacional do PT e senadora Gleisi Hoffmann, a Rede Jornalistas Livres, a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terras), a CMP (Central de Movimentos Populares), o MTST (Movimentos dos Trabalhadores Sem Tetos) e os partidos de esquerda para construir essa rede.

O nosso tempo é curto para derrubar o golpe, antes que ele se consolide com outro projeto de país que não é para a população mais pobre e para classe trabalhadora.
A forma mais efetiva da comunicação chegar até a população é a esquerda se juntar numa Rede de Transmissão Democrática de Comunicação e trazer o povo que acredita em uma sociedade inclusiva, soberana e igual para todos e todas para seu lado.

Devemos ousar e usar nossas ferramentas para chegar à população fora de nossas bolhas e, assim, quem sabe teremos as condições para a chamada convulsão social.

Liberdade de comunicação e união das esquerdas. Até a vitória sempre!

Por João Bravin, membro do Diretório Municipal do PT de São Paulo e assessor da CUT Nacional, foi Secretário de Comunicação do PT da Capital de 2013 à 2017

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