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Alexandre Garcia na última sexta-feira dia 07/10 comentou o sistema de saúde brasileiro, vejam vocês o tamanho das bobagens que foram ditas…

Que a CBN não prima pelo rigor dos comentários nós já sabemos, o que não sabíamos é que ela perdeu também o senso entre crítica descabida e crítica preconceituosa…

Entre as coisas que Alexandre Garcia falou {{não acredite em mim}}:

“Estou criticando esta bobagem de “parto humanizado” será que vão deixar o pai entrar na sala cirúrgica para infectar a sala cirúrgica? O pai barbudo, cabeludo, bêbado, sei lá o quê mas enfim, vestido com poeira da rua…”

Não passa pela cabeça do comentarista que o pai pudesse, sei lá, ser desinfectado antes de entrar na sala cirúrgica, ou que, apresentando estado de embriaguez, fosse proibido de adentrar à sala. Muito complexo, com toda certeza, mas ele continua…



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” ‘Ah, mas é um parto de cócoras’ tudo bem, peça para sua mulher fazer um parto de cócoras para ver o que acontece com o joelho dela, não é índia”

Notaram que índio não é pessoa com quem um ministro se casaria ou um comentarista?

Ao dizer “peça para sua mulher… não é índia”, ele claramente coloca os índios em escala inferior aos atendidos pelo SUS {{o que não é novidade, a Veja acha que não há índios no Brasil}}.

E o nobre leitor pensa que acabou, mas pensa errado, o melhor está por vir…

Ministério da saúde não fez só isso não, o Ministério da Saúde agora está estimulando pessoa com HIV engravidar, eu duvido que {{gente a frase é dele não vou corrigir a semântica, ok?}} o Ministério vá fazer uma cesária pela 3ª vez numa mulher com HIV e respingar sangue nele para ver o que vai acontecer”

Primeiro que Ministério não faz cesária. Depois que ainda que segundos antes da declaração o comentarista diz que cesária é caso raro no SUS, que o comum é o parto natural.

E, bem, não há nenhum caso na humanidade de médico que tenha contraído o vírus HIV fazendo um parto, seja ele normal ou cesária.

Mais do que isso, há 99% de chance, caso o pré-natal seja feito corretamente, do filho de uma paciente soropositiva nascer SEM o vírus HIV.

O Ministério, na pessoa de Mariângela Simão {{que conheci no EDUCAIDS}} soltou uma nota que diz, entre outras coisas:

É a segunda vez que o jornalista discrimina as pessoas que vivem com HIV/aids em suas declarações. Uma lástima e um retrocesso para o jornalismo brasileiro. A primeira vez pressupõe desinformação, a segunda é uma clara demonstração de preconceito. Com o avanço da terapia antirretroviral no Brasil, há comprovado aumento da sobrevida e melhora significativa na qualidade de vida dos soropositivos. O diagnóstico não é mais uma sentença de morte. Pelo contrário, essas pessoas hoje fazem planos, querem casar e constituir família.

Que você não saiba é grave, mas aceitável. Mas que um comentarista de rádio, que fala para todo Brasil e representa as organizações Globo não saiba é simplesmente inacreditável.
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