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Então chegou a segunda-feira. Eis que durante o final de semana aconteceu o tão esperado “Churrascão da Gente Diferenciada” ali em frente ao Shopping Higienópolis {{e para você que chegou hoje de Mercúrio e não sabe do que se trata, recomendo a leitura dos posts: Morador de Higienópolis vale mais que estudantes… e O INACREDITÁVEL Sérgio Malbergier }}.

{{Créditos: @BiosBug, Teia Livre – não acredite em mim}}

Eis que depois de 50 mil assinaturas{{parece mais que 3 500, não?!}} no Facebook, rolou finalmente, no sábado o tal Churrasco-protesto. E com ele muitas dúvidas e uma única certeza: Algo mudou no fronte.

Quando o prefeito da cidade de São Paulo resolveu aumentar o preço das passagens de ônibus, lá estávamos eu e mais 3 mil pessoas nas ruas, gritando: “Três, três, três reais não dá, quero passe livre, passe livre já”. E enquanto parávamos a avenida Paulista e a avenida Consolação ouvíamos aplausos e e resmungos. Uma parte da população nos apoiava, mas não fazia parte do protesto {{a não ser, é claro, pelos aplausos}}.
Quando a prefeitura em comum acordo com o governo estadual decidiu mudar a estação Angélica de lugar, fruto de um abaixo assinado de 3500 pessoas, algo mudou {{a prefeitura insiste em dizer que a decisão foi técnica…}}. As pessoas finalmente ficaram chocadas com a atitude dos governos e, principalmente, de parte do bairro onde seria o metrô.
Como no movimento contra o aumento da tarifa do ônibus, o Facebook fez seu papel. Como no movimento contra as tarifas muita gente assinou. Mas algo mudou. Não havia nenhum caráter partidário, diz o outro. Fato. Só havia uma porção de gente indignada. Fazendo o que eu chamo de protesto 2.0



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A imprenÇa em geral chegou a afirmar que todo o bairro estava interditado:
Ainda que o bairro estivesse interditado apenas 200 pessoas, segundo a folha, compareceram…{{são as duzentas pessoas mais gordas do universo, acredito eu}}:
{{não acredite em mimnem neles}}
Higienópolis é um bairro que abriga cerca de 55 mil habitantes. Calcule você se duzentas pessoas fechariam o bairro. Claro que não. Mas isso não importa. O que houve foi um embrião de revolução. Sim, senhoras e senhores, não é exagero. Estamos diante não de uma revolução de governo, não de uma revolução popular, não uma revolução marxista, socialista; uma revolução no modo de se fazer política.
Nos anos 60, 70 e até o final da ditadura {{que a folha chama de ditabranda}} as manifestações tinham um caráter parecido com a tal manifestação das tarifas do ônibus, aqui citadas. Passamos os anos 90 e 2000 reproduzindo este mesmo modo de se fazer política, sem muita repercussão e adesão {{sim tivemos exceções, como o Fora Collor, entre outras…}}. Então chegamos em 2011.
E eis que as redes sociais ajudaram a mudar o rumo da coisa toda. Não me iludo, não se iludam também. Não foi a simples existência do Twitter e Facebook que fizeram a coisa mudar. Mas o caráter da coisa mudou, ganhou um tom jocoso, alegre, vívido, necessário hoje em dia. 
As redes sociais fazem o papel de agregar pessoas, trazer temas e amplifica-los. E as pessoas, através delas, acabam por unir-se fora delas. Essencial, portanto, a compreensão de que a internet colabora, mas as ruas é que fazem a diferença.
Seguramente não serão todas as próximas manifestações {{tive um ato falho e escrevi MANOfestações, mas achei que não entenderiam o trocadilho…}} que seguirão o modelo. Mas arrisco dizer que é esta a nova cara da política. A sociedade já é capaz de compreender que a política faz parte de nosso dia-a-dia. Lição ensinada lá atrás pelos gregos e aparentemente esquecida por nós, modernos.
E se a grande maioria das pessoas apenas assinaram no Facebook e não compareceram, a parcela que foi às ruas {{segundo o “Desculpe Nossa Falha”, cerca de 4 mil pessoas – não acredite em
mim
}} foi sem líderança, sem partidarização e sem rancor. Foi fazer política como ela deve ser feita, do povo para o povo.
Nos próximos dias pretendo aprofundar a análise sobre a política 2.0, como gosto de chama-la.
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