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Com a invenção da chamada “internet 2.0”, o nascimento dos blogs, o jornalismo ficou muito mais próximo dos seres. E com isso uma pergunta se estabeleceu: Jornalismo ou ativismo? Onde acaba um e onde inicia o outro?

Blogueiros progressistas, jornalistas livres, democratize. Este blog passou por todos  {{no Democratize ainda está}} e em todos os locais a pergunta se coloca: afinal, você faz jornalismo ou ativismo?

Em muitos momentos os dois.

{{Mestre Paiva na inglória tarefa de ensinar este pobre escriba a esculpir... - Foto: Jardiel Carvalho - R.U.A Foto Coletivo}}

{{O autor deste bloguinho em Mariana, escrevendo e atuando politicamente? – Foto: Jardiel Carvalho – R.U.A Foto Coletivo}}



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Mas há momentos em que a decisão não é simples. Um exemplo recente foi a reportagem que este ImprenÇa fez a respeito dos moradores de rua, em São Paulo {{não acredite em mim}}. Vale dizer que este blog nunca escondeu – e acha que o mais saudável é sempre revelar – em quem vota e em quem não vota.

No caso do Haddad, ano de eleição e uma concorrente “de esquerda” {{veja bem o blog considera Erundina de esquerda, mas pela lógica do PSOL, Haddad não é de esquerda e, portanto, quem coordenou campanha da Marina Silva, também não pode ser}} que em sua primeira colocação como pré-candidata fala mal do prefeito com intuitos obviamente eleitoreiros. E o que deve fazer o blog? No caso do ativismo puro e simples poderia se ocultar a fazer alguma crítica. Poderia pular o assunto e falar de coisas outras.  Mas o blog chama ImprenÇa. E aí, deixamos de fazer jornalismo?

Há quem deixe. Este blog preferiu apurar, ir até a coletiva de imprensa, checar os dados, entrevistar, ir para a rua. E concluiu que a situação é ruim. Diferente de dizer que é linda e maravilhosa {{neste caso, ativismo}} ou que é trágica e digna da palavra higienismo {{que seria o ativismo de Erundina}}. É preciso encontrar algo mais próximo da verdade.

O mesmo ocorre em diversos lugares. E a coceira do elogio está sempre a espreita. Como você é ativista e convive com a militância, fica sempre um voz no seu ombro mandando elogiar o movimento {{todos eles}} em troca de crachás, áreas VIP e exclusivas. Mas é digno? É para isso que se manteve este blog desde 2009? Aqui não, gavião.

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Não é jornalismo quando você pede para que exista Virada Cultural na periferia. É jornalismo quando a virada cultural acontece na periferia e você está lá para cobrir. Não é jornalismo quando você pede credenciais para ficar no centro da cidade, curtindo os shows. Ou melhor, não é jornalismo bom. É jornalismo mais do mesmo.

É praxe na chamada mídia alternativa os xingos, reclamações, pitos e chiliques quando o assunto é grande mídia {{grande imprensa, PIG ou seja lá o nome-etiqueta que você resolva por}} mas na hora de fazer diferente… a vida fica mais complexa, não é mesmo?

Você vai em uma ocupação artística. Volta achando tudo horrível. O que fazer? Escrever é jornalismo. Poupar os amiguxos, ativismo.

O blog ImprenÇa faz jornalismo. Victor Amatucci, um dos que escrevem no blog, faz jornalismo e faz também ativismo. Mas deixar de escrever sobre o tema X porque vão ligar reclamando? Quem nunca teve crachá para backstage não tem medo de rua.

E isso não quer dizer que não brigaremos pelo crachá. Quer dizer apenas que entre o crachá fácil e a reportagem difícil, nossa – do blog – escolha é pela segunda opção. E isso, creia, é ativismo. Porque acima de qualquer coisa, a ideia é pluralizar o jornalismo. Do contrário estamos criando o clubinho da rua de baixo – os sem dinheiro, mas com crachá x os com dinheiro E crachá.

Cobre o que quiser de quem quiser. Mas saiba, entre fingir que não viu para ganhar tapinhas nas costas e moral com movimento e falar a real; este blog falará a real. E a vida seguirá seu rumo. Que a gente sabe o tamanho que não tem.

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