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Está rolando em alguns perfis do Facebooka, uma discussão importante a respeito dos preços populares quando o assunto é cinema. Levados {{ou não}} pela iniciativa da Prefeitura de São Paulo, que acaba de anunciar 50 salas de cinema populares nas periferias da cidade – com preços de no máximo R$2 – {{não acredite em mimPrefeitura de São Paulo}} , o pano de fundo segue sendo a imensa celeuma sobre a questão da meia-entrada.

{{ Foto: AF Rodrigues|Riotur}}

{{ Foto: AF Rodrigues|Riotur}}

 

Um artigo que tem rolado no Facebooka é de um portal de notícias sobre cinema, o “Cinema com Rapadura” {{não acredite em mim}}. O artigo é deplorável, não entra nas questões que realmente importam e dá um ar preconceituoso que não deixa nada a dever para a típica frase preconceituosa “Os aeroportos viraram rodoviárias”, como se para manter a qualidade de algum serviço fosse preciso mantê-lo restrito às classes A e B.



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Nesse sentido, o próprio Rock in Rio é prova do contrário, com inúmeras reclamações sobre sua qualidade e ingressos altíssimos.

Mas há, no fundo, uma questão que é realmente importante para o setor cultural do país, que é a questão da meia-entrada. Claro que, por um lado, uma parcela da nossa juventude precisa de incentivos para frequentar locais culturais, sejam no mainstream, sejam aparatos culturais periféricos ou de valor não-mercadológico. Por outro lado, é fato que há um certo prejuízo aos produtores culturais, sejam pequenos, médios ou gigantescos {{como o Rock in Rio}}.

A questão é importante, quando falamos em grandes players {{óia só esse bróguinho falanu língua de empresário, quem diria!}} do mercado, mas é fundamental quando falamos de pequenos e médios produtores.

Uma das questões referentes à meia-entrada foi parcialmente resolvida quando a Presidenta Dilma promulgou a lei da meia-entrada, que regulamentou a obrigatoriedade de no mínimo 40% dos ingressos para estudantes – e não de no máximo, como diz o G1, ainda que na prática dê no mesmo {{não acredite em mim – G1}}.

Isso porque até então era o samba do branquinho-louco, cada estado definia em lei suas regras. Pois, parte foi resolvida.

A parte importante é que não há uma padronização da carteirinha de meia-entrada, o que acaba por gerar inúmeras fraudes, a ponto de praticamente qualquer documento feito num computador sirva para o recebimento do benefício.

Mas esta é a parte dos produtores, e os estudantes?

Também é fato que os estudantes precisam de incentivo {{leia-se dinheiro para comprar ingressos}} para que tenham a possibilidade de escolherem qual programa cultural pretendem assistir. Ou então estaremos cerceando direitos tanto quanto um certo programa governamental vigente por muitos anos na África do Sul.

Reconhecer o direito da periferia de frequentar o mainstream é tão importante quanto levar o mainstream para a periferia. Ou como levar alta cultura para a periferia. A questão, senhoritas e senhoures, é que a periferia precisa poder escolher se ouvirá funk, rap ou jazz. Se vai assistir um filme besta da Globo ou um filme iraniano destes lado-B.

Isso é democratizar a cultura.

Quando não se dá incentivo, o único estímulo cultural existindo acaba vindo da televisão. E não há, de fato, uma escolha nesse caso. Há uma única opção. Que é quebrada por sarais e coletivos culturais periféricos, mas que representam pouco, muito pouco {{não em importância}} no quadro geral do país.

Quando um instituto cultural pequeno resolve promover cultura e cobrar ingressos {{é crime?}} acaba passando por situações graves com relação à meia-entrada. O planejamento financeiro se prejudica {{teremos lotação completa, isso representará R$3 mil ou R$6 mil?}} e para um instituto pequeno pode significar a inviabilização de sua própria existência.

Como resolver?

A primeira questão, na opinião deste blog, é a padronização da carteirinha de estudante {{ou similar}}. Isso deve ser feito por um órgão governamental {{porque não o MEC?}}, com rígida fiscalização {{o que não acabaria com as fraudes, mas as reduziriam para níveis completamente aceitáveis. Basta ver o controle feito para emissão de RGs, por exemplo, e comparar o número de fraudes com as de carteirinha de estudante hoje em dia}}.

A segunda é o reembolso aos produtores culturais, do incentivo dado aos estudantes. E, nesse sentido, não se pode tratar o Rock in Rio como se trata um Sarau ou instituto cultural pequeno.

Já temos um mecanismo que poderia ser utilizado para isso. O vale-cultura. Poderia se dar um valor X para o Vale-Cultura dos estudantes ou ao menos um cartão pré-pago do vale-cultura. Nessa segunda opção o estudante o completa com o dinheiro que quiser e paga com o próprio cartão. Baseado no lucro anual dos produtores culturais, parte do desconto dado retornaria.

Então se o produtor cultural é pequeno, ele recebe os 50% que foi dado de desconto aos estudantes. Se ele é um mayor player, recebe 10% ou não recebe nada {{com algum escalonamento até lá}}.

Fazendo dessa forma, o vale-cultura aboliria a carteirinha estudantil sem acabar com o incentivo aos estudantes e sem prejudicar os pequenos e médios produtores culturais.

Enfim, é uma sugestão, quem tiver outras, que comente… Quem sabe achamos junt@s a solução?

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