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Enquanto isso, no estado mais fascista do país…




Após proibição da Justiça, Marcha da Maconha em São Paulo vira ato por liberdade de expressão
Guilherme Balza Do UOL Notícias Em São PauloA divulgação da mudança no teor do ato está sendo feita por Facebook, Twitter e outras redes sociais, além da distribuição de panfletos. A alteração na proposta será apreciada amanhã, antes do protesto, pelos ativistas que estiverem na avenida Paulista. “Vamos estar no Masp para mostrar o nosso completo desacordo com a decisão da Justiça de São Paulo. Mas nossa decisão [de mudar a proposta do ato] precisa ser submetida às pessoas que vão estar lá amanhã”, afirmou Júlio Delmanto, 25, organizador do evento.Após a Justiça proibir a realização da Marcha da Maconha em São Paulo, os organizadores decidiram substituir o protesto por um ato em defesa da liberdade de expressão. O horário e local do ato –no sábado, a partir de 14h, no vão do Masp– foram mantidos, mas em vez de pedirem a legalização da droga, os manifestantes vão usar colocar mordaças, narizes de palhaço e roupa preta para criticar a decisão judicial.NO TWITTER

Mensagem da organização da marcha no Twitter após a proibição
A decisão da proibição foi tomada pela 2ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. No final de abril, um grupo de 17 pessoas havia conseguido na Justiça a liberação para participar do evento, mas a decisão foi revertida hoje, a menos de 20 horas do protesto, após pedido do Ministério Público. No último dia 7, três jovens foram detidos enquanto divulgavam a marcha.
Na decisão judicial, o relator do processo, desembargador Teodomiro Mendez, afirmou que o protesto incentivaria o tráfico de drogas. “O evento que se quer coibir não trata de um debate de ideias, apenas, mas de uma manifestação de uso público coletivo de maconha, presentes indícios de práticas delitivas no ato questionado, especialmente porque, por fim, favorecem a fomentação do tráfico ilícito de drogas.”
A proibição da marcha em São Paulo tem sido recorrente nos últimos anos. Organizadores e Ministério Público travam verdadeiras guerras de liminares em torno da marcha. Neste ano, a Justiça proibiu a realização da marcha em Belo Horizonte, Curitiba e em outras capitais. Entre maio e julho, a organização da marcha convocou cerca de 20 protestos nas principais cidades do país.
Relação com a PM
Segundo Delmanto, o comando da Polícia Militar se reuniu hoje, antes da decisão judicial, com os organizadores da marcha. No encontro –o primeiro na história entre a organização da marcha e a PM–, os policiais afirmaram, de acordo com o ativista, que não iriam coibir o ato e que fariam a segurança dos manifestantes. Com a proibição, Delmanto aposta no diálogo com a polícia para evitar um possível confronto.
“Já somos um setor estigmatizado pela sociedade. O pior para nós seria um confronto com a polícia. O que estamos avaliando é que qualquer decisão tomada amanhã será em comum acordo com a PM. Acho que não terá confusão, porque há uma disposição mútua da polícia e dos organizadores de não criar problemas”, diz o ativista.
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Mensagem que está circulando no Facebook propondo a marcha por liberdade de expressão
A expectativa dos organizadores era reunir entre 1.500 e 2.000 manifestantes, mas, com a proibição, a projeção é que o número seja menor. De acordo com Delmanto, a organização irá levar centenas de narizes de palhaços, mordaças e cartazes com mensagens contra a censura. “Eles censuraram o evento na véspera, sendo que o ato está marcado há meses”, diz o manifestante.
“Nos proibiram de protestar no mesmo lugar em que semanas atrás um grupo de neonazistas teve proteção policial para se manifestarem”, afirma Delmanto, em referência ao ato realizado em 9 de abril, no Masp, por apoiadores do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).

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