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Sara Winter é um bom exemplo de para onde a pós-modernidade e a luta identitária levam quando não há recorte de classe.

*Por Igor Santos

O discurso de negação da ciência, mutação da linguagem em nome de uma suposta inclusão (quem marca x além da rainha dos baixinhos?), silenciamento ou histeria contra qualquer conquista iluminista. Só para lembrar que Bolsonaro é talvez o primeiro presidente identitário. Sim, isso mesmo que vocês leram!

Repito, Bolsonaro é o primeiro presidente identitário. O discurso de negação de classe, o apelo do mundo a partir de sua visão, não difere em nada a lista de comunistas que Bolsonaro atualiza da lista de cancelamento feita pelos lacradores e bolchefitness.



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Sara Winter é o apenas a mostra de quem em nome do “local de fala” anula a historiografia, a construção cartesiana, lógica e racionalidade.

Quando Sara grita absurdos contra o STF, a maneira como ela dispõe os elementos em sua fala, digo, a estrutura retórica, é bem parecida com aquela de quem chama determinado fenômeno de medieval e ao receber correção de uma historiadora ou historiador, berra que pode falar pois tem “vivência” e não será um diploma que vai diminuir seu “argumento”.

Toda essa loucura que vivemos hoje começou em junho de 2013. “Isso é só por 20 centavos” se tornou o novo: “colocar só a cabecinha”. A onda identitária e pós-moderna, aquela que serve para a direita caricaturar a esquerda e para apontar dedos para militantes, nasceu ali, junto dos gritos de sem partido e para abaixar as bandeiras vermelhas e silenciar sindicatos.

Esse texto pode ser duro e alguns podem vir criticar, mas teimo em pensar que quando a “esquerda” acha mais importante apontar os dedos para Lula que combater Bolsonaro, sinto informar, não passam de colaboradores do gabinete do ódio. Esquerda é sobre classe trabalhadora, oprimidos unidos para derrubar o opressor, polícia do pensamento ou de comportamento é outra parada e só denúncia para qual espectro esse setor serve melhor.

Sara Winter está na conta dos idenitários, o fascismo é em essência a negação da luta de classes, faz cancelamentos e listinhas.

IGOR SANTOS – Jornalista, Historiador, Cearense e morador do ABC Paulista

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